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Empresários elegem a logística como o maior gargalo


Data: 22 de julho de 2010
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A Câmara Americana de Comércio encomendou ao Ibope uma pesquisa sobre os desafios do Brasil na área de infraestrutura. Entre os dias 28 de abril e 17 de maio, foram entrevistados 211 executivos de empresas sediadas em dez cidades brasileiras. Os resultados da sondagem foram apresentados num seminário realizado em São Paulo, nesta quarta (21). Vão abaixo os principais dados:

1. Logística: Com 54% de menções, foi a área apontada pelos entrevistados como principal gargalo estrutural do país. Envolve transportes e distribuição de produtos. Decompodo-se o universo dos 54%, descobre-se o seguinte:

Uma parte dos empresários, 32%, vê as deficiêncis do transporte rodoviário como o grande problema logístico.

Outra parte, 31%, avalia que a maior encrenca está nos aeroportos.
Outros 12% apontaram o transporte marítimo como principal problema. O ferroviário, apenas 12%.

2. Telecomunicações e Tecnologia da Informação: Com 30% de menções, esse setor foi apontado como o segundo mais problemático em matéria de infraestrutura.
Para 55%, o que mais prejudica os negócios é o custo das telecomunicações e da tecnologia da informação. Para 26%, o problema é a dificuldade de acesso a esses serviços.

3. Energia: no rol de problemas de infraestrutura, o setor energético ocupa a terceria posição, com uma taxa de menção irrisória: 4%. O índice mixuruca se explica pelo grau de confiança no êxito dos projetos anunciados pelo governo para suprir a demanda de energia nos próximos anos.
Para 66% dos empresários ouvidos, os projetos oficiais serão suficientes para suprir entre 51% e 50% da energia necessária.

4. Investimentos privados:
Nesse tópico, a pesquisa feita pelo Ibope traz um dado preocupante.
 A grossa maioria dos entrevistados (86%) declara que há no Brasil entraves que inibem os investimentos privados em infraestrutura. Entre os problemas mencionados estão: Falta de clareza na regulamentação, instabilidade das agências reguladoras, insegurança jurídica, aspectos financeiros e a legislação ambiental.

Os associados da Câmara Americana de Comércio não se sentem à vontade para pôr dinheiro nos projetos do governo. Por quê?

Alegam que a rentabilidade é baixa, os juros dos financiamentos são altos e a disponibilidade de crédito diminuta. Dito de outro modo: a maioria dos empresários não se anima a abrir a caixa registradora para bancar a participação em obras públicas. Há aqui um cheiro de BNDES.

 À luz dos números colecionados pelo Ibope, a Câmara de Comércio Americana decidiu deitar sobre o papel um lote de providências que deseja ver adotadas pelo governo.

 O documento será repassado aos candidatos que disputam a cadeira de Lula.  Quem o lê fica com a impressão de que o setor de infraestrutura, que Lula diz ter dado um salto em sua gestão, é um empreendimento por fazer.
 
Sócio da PricewaterhouseCoopers, Otavio Maia afirma que os 3,2% do PIB que o Brasil investe em infraestrutura deixam o país atrás da Índia (5,3%)...

 ...Na rabeira da China (3,6%) e aquém da Rússia (3,4%). Ou seja, entre os países do BRIC, o Brasil é o que menos investe no setor.

 Há números que assustam. Por exemplo: No Brasil, apenas 6% das estradas são pavimentadas. Na China, 70%. Na Rússia, 67%. E na Índia, 63%.
 

Outro exemplo: No transporte aéreo, um dos mais utilizados no mundo dos negócios, a saturação chegou aos principais aeroportos.

 
Tomado pela movimentação de passageiros, o aeroporto de Congonhas apresenta índice de saturação de 114%; Guarulhos, 132%; Viracopos, 168%; e Brasília, 165%.

Pelas contas da Bunge Brasil, presidida por Pedro Parente, ex-chefe da Casa Civil de FHC, o Brasil perde US$ 5 bilhões por ano em função das deficiências de logística.


Fonte: bog Josias de Souza/ Uol

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