O auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC), em Florianópolis, recebeu na segunda-feira, 4 de novembro, o V Seminário Conhecer para Fortalecer, que debateu o tema Responsabilidade Social e o Voluntariado. Organizado pelo Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRCSC) por meio do Programa de Voluntariado da Classe Contábil (PVCC) em parceria com a Comissão da OAB/SC Cidadã, o evento contou com palestras sobre inovação, compliance e ainda cases de sucesso.

Durante abertura, o presidente da OAB/SC Cidadã, Roberto Bispo, destacou a importância da troca de informações entre os envolvidos. “Nossa interação neste dia tem um grande objetivo, o de levar cidadania a todos fortalecendo a responsabilidade social e o voluntariado, que crescem a cada dia mais no Brasil”, disse.

Por sua vez, a vice-presidente de Administração e Finanças do CRCSC, Rúbia Albers Magalhães informou que o terceiro setor tem promovido um novo contexto no Brasil. “As organizações atuam nas mais variadas áreas de vulnerabilidade e essas pessoas tornam o Brasil um país ainda melhor”. Magalhães ainda fez uma apresentação das ações sociais e institucionais do Conselho. “Trabalhamos com afinco nas questões do FIA e do Idoso. Passando uma tarde e ajudando instituições sociais catarinenses. Se cada um de nós fizer um pouquinho, teremos um país muito melhor”.

Gestão da inovação

A primeira palestra do evento foi moderada pelo contador, professor e membro da Comissão PVCC Marcelo Machado de Freitas, que destacou que “a tecnologia está modificando a maneira de coletar, analisar e mapear informações”. Na sequência, o administrador com MBA em Gerenciamento de Projetos e CEO da HiGestor, Héderson Cassimiro, ministrou o tema “Software de Gestão como Base na Inovação das Instituições”. Durante abordagem, ele reforçou que o processo de inovação não está ligado à tecnologia e que precisa ser simplificado. “A inovação precisa ser simples porque se for complexo não vai vingar”.

O palestrante diferenciou a criatividade da inovação apontando uma pesquisa do ranking de campanhas publicitárias que diz que o Brasil é o quarto colocado no ranking mundial de criatividade, porém, o 66º em inovação. “Criatividade é nosso jeitinho de fazer as coisas, mas não é inovação. Inovar precisa ter método. É preciso ter escalabilidade e validação de mercado. As ferramentas auxiliam no processo da inovação. Elas amparam e ajudam por meio de dados para saber o retorno em receita, redução de despesas, mas não inovam em si. O processo de inovação é muito maior que qualquer sistema”, ressaltou.

Compliance

O coordenador do PVCC do CRCSC, o contador e conselheiro Tadeu Vieira, foi responsável pela palestra sobre o “Compliance no terceiro setor”. Ele explicou a origem da palavra compliance, que vem do verbo inglês conformidade, e ainda forneceu dicas de como aplicar leis que norteiam uma instituição por meio do regimento interno e o manual de boa conduta. Vieira afirmou que “compliance é ser coerente com você e com a sociedade”. Ele ainda diferenciou fraude de corrupção e destacou dados da KPMG Auditoria que detalhou em pesquisa que que 42% dos fraudadores já trabalhava em média havia seis anos nas organizações e que o crime mais comum é a apropriação indébita, que representa 56% dos casos.

O contador detalhou que quanto mais a corrupção cresce, maiores são as mudanças na legislação dos Estados e municípios na tentativa de controle. Tadeu falou de governança, renovação periódica dos cargos e a vedação do acúmulo de funções. “Para começar a implantar o compliance é necessário o compromisso da alta diretoria da instituição. O estatuto precisa seguir o marco regulatório e o marco civil. Temos que ter um processo de gerenciamento de riscos, planejar, identificar, analisar, classificar, assim como mapear processos”. O painel foi moderado pela contadora e membro da Comissão PVCCC, Daniela Sanjuan.

Cases de sucesso

Para encerrar o evento, três cases de sucesso do terceiro setor foram apresentados: o Instituto Paulo Escobar (IPE), que já atendeu cerca de 270 pessoas com deficiência por meio do esporte; a Associação de Apoio aos Portadores de Esclerose Múltipla da Grande Florianópolis (Aflodem), que atua há 15 anos apoiando pacientes com a doença na capital; e a Rede Feminina de Combate ao Câncer de Santa Catarina (RFECC), presente em 63 municípios catarinenses, com registros de mais 2.500 mulheres atendidas de forma voluntária.

O contador e membro do PVCC Sergio Marian, que moderou o painel, parabenizou todos os apresentadores e destacou que “quando temos um problema e vamos para ação, encontramos pessoas com a situação ainda mais crítica que a nossa, e isso nos fortalece e nos une a mudar vidas com essa iniciativa”.