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Emprego registrado cresce e ocupa lugar da informalidade


Data: 24 de maio de 2013
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Dados da pesquisa mensal de emprego do IBGE reforçam essa tendência. Em abril, o número de empregados com carteira assinada no setor privado aumentou 3,1% na comparação com o mesmo abril de 2012 --ou 342 mil novos postos. Já o total de trabalhadores sem registro caiu 5,8%.

 

Considerando um período mais longo, entre 2010 e 2012, o aumento acumulado do emprego formal foi de 10,8%, enquanto o de empregados sem carteira assinada caiu 9%.

 

"Há uma redução expressiva no contingente de trabalhadores sem carteira. É a informalidade saindo de cena", afirma Cimar Azeredo Pereira, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

 

Entre os fatores apontados pelos especialistas para esse processo, estão mais fiscalização e o forte crescimento econômico nos últimos anos --abortado em 2011 e 2012.

Carlos Henrique Corseuil, do Ipea, diz ainda que a expansão do crédito para as empresas contribuiu.

"Quando as pequenas empresas buscam financiamento, precisam apresentar informações que as deixam mais vulneráveis a fiscalizações."

Apesar da redução da informalidade, cerca de 10% dos empregados ainda não têm registro.

 

DESEMPREGO

Após ter atingido o menor nível para o mês de março em 11 anos, a taxa de desemprego manteve-se em patamar baixo em abril --5,8%. Foi novamente um recorde para o mês desde o início da série do IBGE, em março de 2002.

A taxa indica situação de "quase" pleno emprego. Por outro lado, a população ocupada caiu pelo quinto mês consecutivo em abril.

"Temos um mercado de trabalho neste ano com menos força do que em 2012", afirma Pereira.

Além disso, houve crescimento dos ocupados em nível inferior ao da população em idade ativa pela primeira vez desde janeiro de 2011.

Ou seja, o aumento de vagas não foi suficiente nem sequer para cobrir o crescimento vegetativo do total de pessoas que já têm idade para trabalhar.

 

 

Análise: Mercado de trabalho aquecido aumenta poder de barganha

Desde 2004, o mercado de trabalho brasileiro não para de melhorar. São três os movimentos principais: a) redução da taxa de desemprego; b) aumento dos salários; c) criação de empregos formais com carteira assinada.

 

É verdade que a melhora vem desacelerando por causa da própria desaceleração da economia, mas os dados recentes continuam mostrando resultados favoráveis.

Nesta semana foram divulgados os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (MTE) e da Pesquisa Mensal de Emprego (IBGE). O primeiro mostra a criação de quase 200 mil empregos com carteira assinada em abril. A segunda confirma a continuação da queda do desemprego e o aumento da remuneração média.

 

Há muitas incertezas sobre a economia neste e nos próximos anos. Apesar disso, tendo em vista os resultados nos quatro primeiros meses deste ano, o mais provável é que o mercado de trabalho em 2013 continue aquecido ou até melhor que em 2012.

 

Dentro dessa conjuntura, não causa surpresa a informação divulgada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de que houve aumento substancial no número de greves e no número de horas não trabalhadas no ano passado.

 

Mais sintomático ainda é o fato de que 75% das greves foram vitoriosas, índice que atinge 85% no setor privado e 65% no setor público.

A regra geral tem sido a greve produzir resultados favoráveis para os grevistas. Isso faz todo o sentido numa conjuntura em que o mercado de trabalho encontra-se e deverá continuar aquecido.

 

A menos que ocorra algum efeito inesperado na economia no futuro próximo, com a continuação do mercado de trabalho aquecido, o poder de barganha dos trabalhadores permanecerá elevado.

 

Fonte: Folha de S.Paulo

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