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IBGE lança pesquisa mensal sobre o setor de serviços


Data: 22 de julho de 2013
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A economia de serviços, que representa quase 70% do Produto Interno Bruto (PIB), contará a partir de 21 agosto com nova pesquisa mensal. Apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) produzirá indicadores de conjuntura por meio de dados de receita bruta de 9.500 empresas, selecionadas a partir da Pesquisa Anual de Serviços de 2008, e com no mínimo 20 funcionários.

 

Para analistas consultados pelo Valor, o indicador será uma forte influência na formação das expectativas inflacionárias do mercado financeiro. Atualmente, a inflação de serviços oscila entre 8% e 9% no acumulado em 12 meses.

O primeiro resultado da PMS será referente a junho e a série histórica do índice começará a partir de 2011. A pesquisa abordará basicamente o segmento empresarial não financeiro e não incluirá os setores de saúde e educação. Os dados coletados serão classificados em cinco grandes grupos: serviços prestados às famílias, serviços de informação e comunicação, serviços profissionais, administrativos e complementares, transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio e outros serviços.

 

Para Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central e economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a pesquisa será determinante para a "intensidade" das expectativas inflacionárias. Ele considerou que o levantamento contará com defasagem de dois meses, ou seja, não poderá ser usado como indicador antecedente da atividade de serviços. No entanto, será mais uma informação a ser dada ao mercado para medir o nível da demanda no mercado interno e, assim, projetar com mais precisão o cenário inflacionário. "Vai ser uma pesquisa complementar à da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC)", disse.

 

Essa também é a posição de Gilberto Braga, economista do Ibmec-RJ. Ele diz que a PMS ajudará analistas e governo a entenderem melhor a inflação de serviços, que vem pressionando o Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA). As pesquisas disponíveis sobre o setor, atualmente, diz o economista, são de associações e estão restritas ao universo de atuação de seus adeptos.

 

"Precisamos de algo maior, que abranja o país como um todo", diz Braga. "Ainda precisamos estudar mais o setor de serviços e entender melhor o que ocorre nesse segmento e as implicações que temos a partir dele na macroeconomia. Teremos mais subsídios para estudar a pressão de preços do setor, a partir do aumento da renda das classes D e E."

 

A pesquisa vai fazer com que os especialistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) entendam melhor os dados das sondagens feitas pela instituição, prevê o economista Silvio Sales, consultor do Ibre. Um dos estudos produzidos pela FGV é a Sondagem de Serviços. Segundo ele, o setor vem amadurecendo gradualmente e ganhando importância na economia brasileira. Esse processo, diz, começou nos primeiros anos da década de 90, quando as empresas industriais passaram a optar pela terceirização de serviços, restringindo-se à sua atividade principal.

 

"Uma fábrica que antes ampliava por conta própria suas instalações passou a contratar uma empresa para a obra de engenharia, e outra para cuidar da instalação elétrica. Ou seja, a estruturação da indústria fez com que surgisse uma forte demanda por serviços e uma especialização própria dessa terceirização", afirma Sales. Com alta do rendimento dos trabalhadores e à falta de pessoal qualificado, os preços de serviços passaram a subir e pressionar a inflação.

 

O instituto realiza hoje seminário para detalhar o levantamento. Em agosto, serão divulgados os resultados de janeiro de 2012 a junho de 2013.

 

 

 


Fonte: Valor Econômico

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